sexta-feira, outubro 31, 2008

Aula do Workshop Internacional em Criptococose

No início deste mês houve a realização do I workshop internacional em criptococose. Este evento reuniu grandes pesquisadores brasileiros e estrangeiros sobre o tema e foi realizado no Pavilhão de Cursos do Instituto Oswaldo Cruz (Pav. Arthur Neiva). Eu apresentei uma aula intitulada "Cryptococcosis and aids in Brazil" que disponibilizo nesta postagem (é só clicar na hiperligação). O arquvo está em openoffice impress, programa gratuíto que pode ser baixado no sítio: www.broffice.org.
Nesta aula eu procurei levantar as experências mais conspícuas sobre a criptococose associada à aids no Brasil e na minha opinião esta experiência é muito fraca, muitos artigos retrospectivos com metodologia muito fraca e sem contribuições expressivas, todavia posso ressaltar algumas exceções:
1.Artigo do Adrelírio Rios Gonçalves e colaboradores : um estudo retrospectivo com 171 casos antes e depois da aids. Este artigo contribuiu com conhecimento epidemiológico e clínico com uma casuística muito rica e bem explorada.
2.Artigo de Py, EA e colaboradores : trata-se do relato de cinco casos de criptoccose associada à aids em crianças, o que é muito raro. Minha crítica é que este artigo poderia ser publicado em uma revista de maior impacto e na língua inglesa.
3.Tese de mestrado de Leimann, BCQ para a ENSP/Fiocruz: ótima descrição epidemiológica da criptococose no estado do Rio de Janeiro, ainda não vi os artigos publicados, mas trata-se de um estudo original no Brasil.
4.Artigo Pinto Junior, VL (Moi) e colaboradores: apesar de ter sido escrito em português este artigo aborda uma questão fundamental da criptococose que é o diagnóstico precoce, que pode ser feito através do cultivo de urina. Clique aqui para baixar o artigo em PDF.

Só para finalizar, quero deixar claro que não sou crítico da língua portuguesa, mas infelizmente para que uma publicação tenha um impacto mundial (claro se for de qualidade) ela tem que ser redigida em língua inglesa, sem isso ficamos restritos ao nosso meio. Acho que seria interessante que se criasse uma publicação ou sítio com as traduções dos artigos escritos por pesquisadores brasileiros em outras línguas para o português, principalmente se os estudos contassem com recursos públicos.

1 comentário:

Wesley Sidney disse...

Professor reli um artigo elaborado por graduandos e docentes da FAMED/Garça-SP e eles abordam como sendo os principais aspectos da criptococose o seguinte:
A criptococose é uma zoonose oportunista, causada por uma levedura capsulada, sendo encontrada em solo, frutos e vegetais em decomposição, apresentado como reservatórios as fezes das aves, principalmente pombos, e raramente morcegos. (CALNEK, 1991).
Este fungo está presente nas fezes de aves contaminadas. Quando secas, as fezes das aves transformam-se em pó, que pode ser inalado acidentalmente. O simples contato com animais doentes não apresenta riscos, já que o microrganismo não forma aerossóis nos tecidos infectados. (ANGELO, 2000).
Em relação à etiologia, eles abordam que a principal fonte de infecção da Criptococose é através das fezes de pássaros (pombos) e morcegos, através da via aerógena (inalação do pó). Os animais susceptíveis ao contagio dessa doença são os bovinos, caprinos, eqüinos, ovinos, cães, gatos, primatas, homem. Ainda não se conhece casos de transmissão animal-animal, animal-homem ou homem-homem. Quanto mais excremento ressecado e pulverizado no ambiente, maiores as chances do homem apresentar a doença. Um forro empoeirado de uma casa freqüentado por pombos é um ambiente muito insalubre repleto de microorganismos patogênicos inaláveis. (ANGELO, 2000).
Após sua transmissão o agente penetra no organismo, ocorre um foco no pulmão (foco primário). Em seguida, por disseminação via hematógena, ocorrem focos nas meninges e no cérebro. Também podem ocorrer focos na pele, mucosas, ossos e outros órgãos. A mortalidade em humanos é de 12%.(CALNEK, 1991).
Em relação ao quadro clínico afirmam que por se tratar de uma micose sistêmica profunda, seu quadro clinico pode variar conforme o órgão acometido. Quando o fungo atinge os pulmões, podem ocorrer três evoluções distintas – pode haver recuperação do organismo sem intervenção médica, - a doença pode ficar localizada nos pulmões, - ou pode disseminar para os demais órgãos. (BIRCHARD, 1998).
Nos homens apresenta febre, dor torácica, pálpebras e abscessos na pele, com posterior ulceração, dor de cabeça, rigidez na nuca, distúrbios visuais, meningite. (CALNEK, 1991).
O diagnóstico normalmente é clinico, baseado nos sintomas. A confirmação é feita a partir da visualização das formas encapsuladas e em gemulação do Criptococcus no liquor (FENWICK, et all, 1985). Amostra do liquido cefalo-raquidiano e material de biopsia são observadas ao microscópio, mas a cultura pode ser necessária para identificação. A sorologia, com detecção de antígenos específicos contra o fungo é usado também. (HILL, et all, 1995).
Os autores discorrem de que uma vez diagnosticada, o tratamento é iniciado com anfotericina B, um fungiostático potente, geralmente dado por via intravenosa por tempo prolongado, lembrando que os efeitos colaterais dessa droga incluem febre, calafrio, náusea e vômito, diarréia, cefaléia e dores musculares. Uma outra droga utilizada como alternativa é o fluconazol, administrado oralmente. (FENWICK, et all, 1985)

OBS: Professor o tratamento proposto é realmente o utilizado atualmente, já que a referência que os autores citam são de 1985. No caso de criptococose com AIDS, o tratamento seria qual?


wesley sidney

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