Voltando ao CHIK, a evolução da doença tem sido inclemente na América Latina, vários países já noticiaram o descontrole da transmissão. O custo dessa epidemia ainda está longe de ser calculado, todavia a epidemia na ilha de a Reunion, no oceano índico, teve um custo estimado de 46 milhões de euros. Notem que se trata de uma ilha com 700.000 habitantes. Qual o impacto que essa doença poderá causar em um país como o Brasil que conta com 200 milhões de almas?
Portanto, uma vacina para o CHIK poderia ser um bom negócio para países com alta suscetibilidade e com grande população. Infelizmente ainda não se está muito perto de alcançar esse objetivo, há vacinas na fase II e fase I, que até demonstraram boa reposta imunogênica e efeitos toleráveis. O problema é que até o lançamento para o mercado de uma vacina os custos para o laboratório desenvolvedor pode chegar a mais de 500 milhões de dólares, sendo o mercado pouco atrativo e o custo elevado, temos poucas esperanças de vacinas comerciais em curto prazo.
Independentemente do custo, essa semana foi publicado um ensaio na fase I com uma vacina bem promissora. Trata-se de uma vacina constituída por partículas vírus símile ou Virus-Like Particle em inglês (VLP), essas vacinas apresentam maior facilidade de fabricação, pois não são fabricadas a partir do vírus e sim de partículas imunogênicas. Essa vacina demonstrou imungenicidade de mais de 100 % após três doses, o que é um excelente resultado. Abaixo os links para os artigos:
1-The Chikungunya Epidemic on La Réunion Island in 2005–2006: A Cost-of-Illness Study
2-Safety and tolerability of chikungunya virus-like particle vaccine in healthy adults: a phase 1 dose-escalation trial