Figura - Fonte CDC
A aquisição de hantavirose está relacionada quase exclusivamente à atividade rural, nos períodos de colheita, quando os silos das fazendas se encontram abastecidos e atraem os roedores que se alimentam principalmente dos grãos estocados. O homem adquire a infecção pela inalação de excretas de roedores infectados e o ambiente fechado e privado de iluminação natural favorece a concentração dos aerossóis contaminados, aumentando a possibilidade de aquisição da doença pelo homem. A doença afeta principalmente adultos jovens do sexo masculino. No entanto cada vez mais se detectam casos ligados à transmissão em zonas rurais como recentemente na Província de Azul, na Argentina (Morte de Criança por Hantavirose na Argentina). No Distrito Federal do Brasil também há relatos de casos em áreas periurbanas. Abaixo uma pequena introdução à Hantavirose; adicionalmente sugiro este artigo de revisão para aprofundamento do conhecimento acerca da doença.
A hantavirose é uma doença zoonótica, transmitida ao homem por meio da inalação de excretas de roedores silvestres, amplamente distribuída no Mundo. Na atualidade é considerada doença emergente e constitui importante problema de saúde pública. Nas Américas, a manifestação clínica predominante da doença é Síndrome Pulmonar e Cardiovascular por Hantavírus (SPCVH) .
A doença ganhou reconhecimento
pela medicina ocidental, pela primeira vez, durante a Guerra da Coréia, no
início da década de 50, e se propagou, no ano de 1993, para diversos países da
América. Os primeiros casos da
doença nesse continente foram diagnosticados no ano de 1993, em um surto na
região de Four Corners, no sudoeste
dos Estados Unidos. Atualmente, a virose se encontra distribuída globalmente
atingindo a Europa, a Ásia e as três Américas, sendo que, na América do Sul, os
principais países atingidos são Brasil, Argentina, Chile e Paraguai .
Existem duas
formas clínicas distintas de hantavirose: a Febre Hemorrágica com Síndrome Renal
(FHSR), que ocorre na Ásia e na Europa e possui evolução benigna, e a SPCVH,
forma que ocorre nas Américas e possui alta letalidade. Ambas são doenças
sistêmicas febris que podem acometer diversos órgãos. Na FHSR, o rim é o
principal envolvido, enquanto que na SPCVH os principais órgãos afetados são os
pulmões e o coração .
O agente
causador da hantavirose é o Hantavírus,
um vírus esférico e envelopado de RNA de fita simples, pertencente à família Bunyaviridae. Quatro membros desse
gênero causam FHSR e cerca de duas dezenas causam SPCVH. Cada um deles infecta
roedores específicos e a sua nomenclatura deriva da região onde foi
identificado pela primeira vez .
O Hantavírus é transmitido ao homem por
roedores, principalmente silvestres, de diversos gêneros e espécies, que
abrigam o vírus sem, no entanto, apresentarem a doença. No continente americano
os principais reservatórios são os roedores silvestres da ordem Rodentia, família Muridae e subfamília Sigmodontinae.
Já nos continentes asiático e europeu, os principais roedores envolvidos pertencem
à subfamílias Murinae e Arvicolinae, particularmente aos gêneros
Apodemus e Clethrionomys .
Os
roedores eliminam os vírus na urina, nas fezes e na saliva e a transmissão
ocorre por inalação de aerossóis contendo partículas virais, formados por
ressecamento dessas secreções. Outras formas de transmissão mais raras são:
mordedura de roedores, ingestão de alimentos contaminados com secreções desses
animais e contato com excretas contendo o vírus com posterior introdução em
mucosas. Também foi evidenciada infecção por transmissão interpessoal no Chile
e na Argentina.
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