O Brasil vive hoje um problema de saúde pública cujas medidas de controle estão se mostrando pouco eficazes, trata-se da expansão da Leishmaniose Visceral (LV) no território com mudança do padrão epidemiológico de uma endemia rural para um padrão epidêmico urbano.
O processo de urbanização da doença ainda é pouco elucidado, mas a urbanização da própria população é um fator a ser considerado. No Brasil a migração populacional do campo para as cidades vem se dando de maneira desordenada, criando enormes bolsões de exclusão ao redor das nossa grandes cidades. Outro fator é a adaptação do vetor aos ambientes domiciliares e peridomiciliares.
O controle do reservatório urbano, o cachorro, também é um desafio para as autoridades sanitárias. Donos de animais sadios não aceitam a eliminação do cão soropositivo. O tratamento dos casos humanos também é problemático, no Brasil o tratamento de escolha se dá com antimoniais pentavalentes, drogas muito tóxicas e que exigem administração parenteral.
Diante disso, como resolver a questão? A doença é grave e, se não tratada, leva a morte.
Médico infeciologista. Mestre e Doutor em Medicina Tropical. Autor do Livro Lições de Epidemiologia
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