segunda-feira, outubro 24, 2011

Leishmaniose Visceral - doença emergente e negligenciada

O Brasil vive hoje um problema de saúde pública cujas medidas de controle estão se mostrando pouco eficazes, trata-se da expansão da Leishmaniose Visceral (LV) no território com mudança do padrão epidemiológico de uma endemia rural para um padrão epidêmico urbano.
O processo de urbanização da doença ainda é pouco elucidado, mas a urbanização da própria população é um fator a ser considerado. No Brasil a migração populacional do campo para as cidades vem se dando de maneira  desordenada, criando enormes bolsões de exclusão ao redor das nossa grandes cidades. Outro fator é a adaptação do vetor aos ambientes domiciliares e peridomiciliares.
O controle do reservatório urbano, o cachorro, também é um desafio para as autoridades sanitárias. Donos de animais sadios não aceitam a eliminação do cão soropositivo. O tratamento dos casos humanos também é problemático, no Brasil o tratamento de escolha se dá com antimoniais pentavalentes, drogas muito tóxicas e que exigem administração parenteral.
Diante disso, como resolver a questão? A doença é grave e, se não tratada, leva a morte.

10 comentários:

Fernanda disse...

Bom, diante do tema exposto, podemos pensar, inicialmente, na profilaxia básica!
Como a pesquisa epidemiológica e de seus reservatórios silvestres; a dedetização; o uso de telas; construção civil longe de áreas de mata, etc...tudo tentando minimizar o contato com o vetor do gênero Lutzomya e os humanos/animais domésticos; já que o maior problema parece residir nos portadores da doença como equinos e canínos e a relação de afetividade com os humanos.

Gabriela Campos disse...

Nos últimos anos a letalidade da leishmaniose visceral vem sofrendo aumento gradativo, passando de 3,6% no ano de 1994 para 6,7% em 2003, segundo analises do Ministério da Saúde. O cenário epidemiológico na qual a doença está inserida expõe claramente a gravidade da situação e a intensa expansão geográfica que vem ocorrendo. Em um período de 28 anos (1980 a 2008), foram notificados mais de 70 mil casos no Brasil, 3.800 destes, fatais. Como citado na postagem, o controle desta doença se fundamenta principalmente na detecção e tratamento de casos humanos, no controle dos reservatórios domésticos e no controle de vetores. Todavia, após longos anos de investimento e trabalho, o que se percebe é que tais medidas não foram suficientes para impedir de maneira satisfatória a disseminação da doença, de modo que a presença da leishmaniose visceral nos grandes centros urbanos reflete uma realidade epidemiológica diversa daquela que é esperada. Todos esses fatores servem de alerta para que novas estratégias de vigilância e de controle sejam desenvolvidas.

Anónimo disse...

Controle dos casos de Leishmaniose...
Deve-se controlar os casos positivos em humanos, com o acompanhamento, controle do vetor nas áreas de surtos e o controle dos reservatórios caninos com o sacrifício dos animais. Infelizmente ou felizmente (para os donos) o sacrifício dos animais soropositivos para Leishmania não tem grande aceitação, o que acaba prejudicando no controle e aumentando o número de casos da doença. Uma vez que um dos pilares de controle não é feito, a posibilidade de diminuição da incidência da doença é menor.

Anónimo disse...

Diante da questão, a Leishmaniose visceral deve ser encarada com alta prioridade.Recomenda-se a completa integração entre profissionais de saúde do sistema privado e público, o envolvimento dos meios de comunicação em um movimento de conscientização, em conjunto com campanhas de esclarecimento e a conseqüente colaboração da população. A constituição de uma inteligência epidemiológica em locais endêmicos, diagnóstico e tratamento precoce e o diagnóstico e eliminação de cães infectados são outras medidas necessárias. Por fim, o controle vetorial deve ser feito, já que o inseto Lutzomyia longipalpis é responsável por 99% das infecções.
Amanda

Camila Vieira disse...

As leishmanioses são antropozoonoses consideradas como um grande problema de saúde pública (importante espectro clínico e diversidade epidemiológica). A OMS estima que 350 milhões de pessoas estejam expostas ao risco com registro aproximado de dois milhões de novos
casos ao ano (das diferentes formas clínicas).
Nas últimas décadas, as análises epidemiológicas da leishmaniose
tegumentar americana têm sugerido mudanças no padrão de transmissão
da doença (inicialmente zoonose), que acometia ocasionalmente pessoas em contato com as florestas.
Sabemos que essa transmissão em muito se relaciona com condições de vida do grupo exposto. Portanto, as populações carentes dos centros urbanos seriam as mais vulneráveis à doença.
Porém, é interessante notar a distribuição no distrito federal.
A transmissão por reservatórios em animais domésticos (principalmente cães) vem se tornando um problema maior a cada dia. Em muitos bairros de classes elevadas o controle dos animais infectados é vetado por seus donos, prejudicando o controle ideal da doença e permitindo que cães continuem transmitindo novos parasitos para os vetores.
É fundamental nesta altura do controle da doença, portanto, que uma maior mobilização da consciência sobre os males seja reforçada.

Anónimo disse...

Tratamento Específico Leishmaniose Visceral

No Brasil, os antimoniais pentavalentes são as drogas de escolha para o tratamento da Leishmaniose Viceral em virtude de sua comprovada eficácia terapêutica. A anfotericina B é a única opção no tratamento de gestantes e está indicada como segunda opção para os pacientes que tenham contra-indicações ou tenham apresentado toxicidade ou refratariedade relacionadas ao uso dos antimoniais pentavalentes . A anfotericina B é a droga leishmanicida mais potente disponível comercialmente, atuando nas formas promastigotas e amastigotas. Estudos no tratamento da LV vem aumentando ao longo dos últimos anos. Tem sido demonstrado que doses menores do medicamento podem ser utilizadas sem prejuízo da eficácia com conseqüente diminuição de sua toxicidade . A anfotericina B está indicada como primeira escolha em pacientes com sinais de gravidade – idade inferior a 6 meses ou superior a 65 anos, desnutrição grave, co-morbidades.Na impossibilidade de administração desse fármaco, recomenda-se o encaminhamento do paciente a um hospital de referência ou o uso do antimoniato de N-metil glucamina, com extrema cautela.A anfotericina B lipossomal apresenta custo elevado, por isso, recomenda- se que sua utilização seja restrita aos pacientes que tenham apresentado falha terapêutica ou toxicidade ao desoxicolato de anfotericina B, transplantados renais ou pacientes com insuficiênciarenal, sendo esta definida por taxa de filtração glomerular (TFG) < 60mL/min/1,73m2 epor alterações renais histopatológicas, laboratoriais ou de imagem.

Yandara ward sa

Jéssica Guilherme disse...

A melhor maneira de se tentar solucionar a questã oda Leishmaniose visceral é adotando métodos eficazes de profilaxia! A partir de tratamento adequado e precoce aos casos, controle quimico do vetor, educaçao em saude, principalmente para que os donos de animais infectados possam compreender a importancia de se realizar a eutanásia e problema de saude publica que podem causar ao impedir sua realizaçao. Em suma, essas sao as medidas mais importantes a serem tomadas, contudo embora pareçam simples ainda há um longo caminho a se percorrer.

Jéssica Rejane M. Guilherme

Anónimo disse...

De acordo com a Revista Brasileira de Medicina Tropical, o programa brasileiro para controle da leishmaniose visceral, iniciado há mais de 40 anos, é composto pela integração de três medidas de saúde pública: a distribuição gratuita do tratamento específico, o controle de reservatórios domésticos e o controle de vetores. A medicação distribuída nas unidades públicas de saúde onde se trata Leishmaniose Visceral são compostos de antimônio pentavalente, com dose recomendada de 20mg/kg/dia por no mínimo 20 dias, e recentemente foi aumentada para 30 dias.
 
 O programa de eliminação de cães domésticos apresenta o menor suporte técnico-científico entre as três estratégias do programa de controle, tendo em vista por exemplo a falta de correlação espacial entre a incidência cumulativa de LV humana com a soroprevalência canina. A ausência de risco significativo de coabitação com cães para aquisição de LV. A demonstração teórica de que é um método pouco eficiente em comparação com as estratégias de controle vetorial e de suplementação alimentar. A demonstração de que outros reservatórios podem ser fontes de infecção de L. chagasi, tais como pessoas (particularmente crianças desnutridas que podem transmitir para outras crianças), canídeos silvestres e marsupiais. A grande velocidade com que a população canina é exposta, exigindo proporção e freqüência de retiradas de cães soropositivos impraticáveis, a baixa eficiência dos testes sorológicos em detectar infecção canina. A utilização de um único método para efetuar as duas funções de teste de triagem e de teste confirmatório para infecção por L. chagasi; isto conduz a elevado custo por benefício devido à alta proporção de resultados falso-positivos, particularmente quando a prevalência real é baixa. A falta de indicadores clínicos ou laboratoriais de infectividade de cães para o vetor, ausência de experiências anteriores que tenham demonstrado vantagens exclusivas da eliminação de cães, pois todos os relatos de sucesso de programas de controle de LV onde foram eliminados cães descrevem também o controle de vetores com inseticidas. A publicação de observações e ensaios em que se verificou que quando esta medida foi aplicada sozinha, não houve demonstração inequívoca da vantagem de seu uso em reduzir a incidência de LV em seres humanos. Essas são situações que ainda impedem um controle adequado de novos contágios por essa doença e precisam ser estudadas.
 
 
Rev. Soc. Bras. Med. Trop. vol.34 no.2 Uberaba Mar./Apr. 2001
Mudanças no controle da leishmaniose visceral no Brasil


Iara Eberhard Figueiredo

THIAGO TAYA KOBAYASHI disse...

Com a invasão do habitat natural do vetor (gênero Lutzomya), o processo de urbanização da doença foi inevitável e muito grave, já que a própria especificidade de habitat do vetor já era um fator protetor ao homem. As medidas que, em minha opinião, poderiam ser tomadas são: em primeiro lugar, uma lei que torne obrigatório o sacrifício dos cães soropositivos para a Leishmania, assim como a vigilância mais severa e constante, por parte da vigilância sanitária, em relação aos cãos irrestritos; em segundo lugar, as medidas primárias as quais contariam com a educação sanitária, conscientizando a população dos riscos e dos meios protetores contra a leishmaniose, tais como vias de transmissão, fatores de risco, áreas endêmicas, estimulando a população a tomar atitudes para reduzir a incidência da doença. Outras medidas que poderiam ser tomadas seriam o teste sorológico obrigatório para cães adotados a maior divulgação sobre informações básicas da doença e sua prevenção.

Vinícius Lelis disse...

Apesar das medidas de controle e prevenção serem poucos eficazes ,no que diz respeito à redução da incidência de LV,ainda se constituem a melhor forma de combater essa doença. É necessário que as medidas de controle ,atualmente aplicadas, sejam reforçadas como por exemplo: aumentar a idetificação de cães infectados, já que são reservatórios potenciais(cães irrestritos e com donos)e estimular a população no combate dos focos de reprodução do mosquito vetor. Quanto ao tratamento, existe um problema, pois, como se trata de uma doença de países subdesenvolvidos, não há interesse em desenvolver novos medicamentos mais eficazes e menos tóxicos por parte das grandes indústrias farmacêuticas.

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