No início deste mês houve a realização do I workshop internacional em criptococose. Este evento reuniu grandes pesquisadores brasileiros e estrangeiros sobre o tema e foi realizado no Pavilhão de Cursos do Instituto Oswaldo Cruz (Pav. Arthur Neiva). Eu apresentei uma aula intitulada "Cryptococcosis and aids in Brazil" que disponibilizo nesta postagem (é só clicar na hiperligação). O arquvo está em openoffice impress, programa gratuíto que pode ser baixado no sítio: www.broffice.org.
Nesta aula eu procurei levantar as experências mais conspícuas sobre a criptococose associada à aids no Brasil e na minha opinião esta experiência é muito fraca, muitos artigos retrospectivos com metodologia muito fraca e sem contribuições expressivas, todavia posso ressaltar algumas exceções:
1.Artigo do Adrelírio Rios Gonçalves e colaboradores : um estudo retrospectivo com 171 casos antes e depois da aids. Este artigo contribuiu com conhecimento epidemiológico e clínico com uma casuística muito rica e bem explorada.
2.Artigo de Py, EA e colaboradores : trata-se do relato de cinco casos de criptoccose associada à aids em crianças, o que é muito raro. Minha crítica é que este artigo poderia ser publicado em uma revista de maior impacto e na língua inglesa.
3.Tese de mestrado de Leimann, BCQ para a ENSP/Fiocruz: ótima descrição epidemiológica da criptococose no estado do Rio de Janeiro, ainda não vi os artigos publicados, mas trata-se de um estudo original no Brasil.
4.Artigo Pinto Junior, VL (Moi) e colaboradores: apesar de ter sido escrito em português este artigo aborda uma questão fundamental da criptococose que é o diagnóstico precoce, que pode ser feito através do cultivo de urina. Clique aqui para baixar o artigo em PDF.
Só para finalizar, quero deixar claro que não sou crítico da língua portuguesa, mas infelizmente para que uma publicação tenha um impacto mundial (claro se for de qualidade) ela tem que ser redigida em língua inglesa, sem isso ficamos restritos ao nosso meio. Acho que seria interessante que se criasse uma publicação ou sítio com as traduções dos artigos escritos por pesquisadores brasileiros em outras línguas para o português, principalmente se os estudos contassem com recursos públicos.
Médico infeciologista. Mestre e Doutor em Medicina Tropical. Autor do Livro Lições de Epidemiologia
sexta-feira, outubro 31, 2008
quarta-feira, abril 02, 2008
Novo projeto em criptococose
Fomos hoje em um trabalho de campo para coleta de material em ocos de árvores. Este projeto finaciado pela faperj tem o objetivo de se estudar a distribuição ambiental de cepas de Cryptococcus sp. com potencial patogênico e de causar surtos. O trabalho foi feito no campus da mata atlântica da FIOCRUZ em Jacarepaguá, na zona norte do Rio. O espaço está inserido na reserva da Pedra Branca, a verdadeira maior reserva florestal urbana do mundo. É uma área muito rica e anteriormente servia como horto dos pacientes da Colônia Juliano Moreira. A estrutura ainda é muito precária, mas há um grupo trabalhando para implementar as melhorias necessárias. Vou colocar algumas fotos:
Entrada da sede do campus Jacarepaguá.
Coletando amostras do oco da árvore
Entrada da sede do campus Jacarepaguá.
Coletando amostras do oco da árvore
domingo, março 02, 2008
Novas espécies do gênero Sporothrix
Marinon et al publicaram em outubro de 2007 no Journal of Clinical Microbiology (Oct. 2007, p.3198-3206) a proposta de criação de 3 novas espécies no gênero Sporothrix, todas patogênicas para seres humanos, são elas: S. globosa, S. mexicana e S. brasiliensis. Esta última a partir de cepas de centros brasileiros como Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas da FIOCRUZ. A diferença entre as cepas foi descoberta por análise genômica.
Talvez esta classificação vingue, mas ainda é cedo para aceitar estas modificações, vamos observar a reação de outros pesquisadores e seus comitês.
Talvez esta classificação vingue, mas ainda é cedo para aceitar estas modificações, vamos observar a reação de outros pesquisadores e seus comitês.
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